A ordem do presidente João Pessoa para investigar o uso de instrumento de tortura em Belém/PB
Apesar de pertencer à oligarquia Epitacista, sendo sobrinho do paraibano Epitácio Pessoa, ex-presidente do Brasil (1919 a 1922), João Pessoa tinha uma política de enfretamento às oligarquias do interior do Estado, em uma época na qual o coronelismo, uma das características da República Velha, dominava o cenário político, social e até religioso nas pequenas e médias cidades do interior, especialmente. Os coronéis que mandavam e desmandavam.
O resto da história é contado na Dissertação de Márcio Mâcedo Moreira, intitulada: “Entre Britos e Gaudêncios: Cultura Política e Poder Familiar nos Cariris Velhos da Paraíba (1930-1960)”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da UFPB.
A seguir, trecho citando o caso ocorrido em Belém no final da década de 1920:
Gratuliano Brito colou grau pela Faculdade de Direito do Recife em 1926. [...] Em 1928, ano de início do Governo João Pessoa, passou a ser Delegado Geral da Polícia.
Neste período Gratuliano Brito foi o agente que percorreu todo o Estado em péssimas condições de transporte para verificar as ocorrências dos mandos e desmandos dos coronéis. Segundo o próprio Gratuliano, João Pessoa dava muito trabalho ao querer combater a violência privada. [...]
[Nota de rodapé: Gargalheira] tratava-se de um colar de ferro conhecido como “golinha” ou “gargalheira”. Aqui, na Paraíba, ficou conhecido como “gargalheira” e era utilizado como instrumento de punição para com os escravos. No caso de Belém de Caiçara, o instrumento ficava preso com duas hastes na parede, impedindo o preso de mexer o pescoço.
Comentários