A passagem do cangaceiro Lampião por Belém (Paraíba)

Virgulino Ferreira, o "Lampião". Acervo do Museu do Ceará.

"“Lampião”

Luiz PINTO

Eu era rapazola quando Virgulino Ferreira, o "Lampião", depois de haver atacado Pilões, na hinterlândia paraibana, emperrou um dia em Belém de Caiçara e mandou intimar o Cel. João Rodrigues de Assunção Neves, de Lagoa do Matias, a lhe mandar Cinco Contos de Réis. Meu pai, José da Silva Pinto, era uma espécie de lugar-tenente do coronel. Tido como valente e respeitado por gregos e troianos. O coronel lhe pediu: "Compadre, pelo amor de Deus, vá levar êsse dinheiro, ao capitão, lá em Belém." Meu pai foi. Os cangaceiros postos na entrada da vila queriam corrê-lo para ver se estava armado. O velho não deixou. Estabeleceu-se discussão. Corisco surge e a pé acompanha meu pai a cavalo até o lugar em que se encontrava o capitão. Papai estava armado de pistola e punhal. Lampião o recebeu e fechou a porta. Papai lhe entrega a importância. O cangaceiro o abraça, presenteia-lhe com um lindo punhal e o leva até à sua montaria. Lá exclama: "Se o senhor fosse solteiro, ficaria comigo. Deixe aquele côrno velho que não vale nada." [...]" 

Recorte do jornal Diário de Pernambuco, de 29 de dezembro de 1970. Fonte: Hemeroteca Digital.

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