O crescimento populacional de Belém (PB) entre os anos de 1940 a 2022

Vista aérea parcial da cidade de Belém, em 1968, sem a igreja Sagrada Família e com apenas o primeiro galpão do Mercado Público. Foto: Arquivo da Câmara Municipal de Belém.

O crescimento populacional do município de Belém, no estado da Paraíba, pode ser observado, oficialmente, desde a década de 1940, período em que ainda figurava como distrito de Caiçara. Foi nessa época, exatamente no ano de 1940, que o distrito de Belém passou por uma contagem populacional, por meio do Recenseamento Geral do Brasil, quase duas décadas antes de sua emancipação político-administrativa, em 1957.

De acordo com o gráfico abaixo, a população de Belém mais do que duplicou no período analisado, passando de 7.107 habitantes, em 1940, para 16.401 habitantes, em 2022. Observa-se, em especial, que o aumento mais acentuado ocorreu entre 1950 e 1960, período da emancipação do distrito. 

Apesar do crescimento da população em números absolutos nas décadas seguintes, ocorreu uma gradativa diminuição em termos percentuais, ou seja, da taxa de crescimento populacional, além da primeira diminuição em números absolutos verificada no Censo Demográfico de 2022 (16.401 hab.), retornando ao patamar da população recenseada no Censo de 2000 (16.605 hab.).

Ainda analisando o gráfico, no intervalo de trinta anos (1950-1980) a população de Belém praticamente duplicou. Vale ressaltar que a partir da década de 1970 são impulsionadas ações de infraestrutura na cidade, como por exemplo: pavimentação e aberturas de novas ruas; construção de praças públicas; construção do terminal rodoviário; construção e ampliação do mercado público, que incentivou a comercialização da produção local; e a expansão da rede elétrica, do abastecimento de água e dos serviços de saúde e educação.

O crescimento populacional também pode ter sido influenciado pela instalação de empresas como a Indústria 3 de Maio e a Cerâmica Santa Helena, entre o início da década de 1980 e 1990, e diversas outras microempresas ou comércios instalados nos anos seguintes, ampliando a geração de emprego e atraindo populações do entorno de Belém, apesar da economia depender fortemente do funcionalismo público e das aposentadorias.

Vista aérea parcial da cidade de Belém, 2017. Foto: DR Filmes.

Na distribuição urbano-rural da população do município de Belém, constata-se, através do censo demográfico de 2010, que a grande maioria da população está inserida na zona urbana (82,6%), porém, esse processo acentuado de migração rural já tinha sido identificado a partir do Censo de 1970, tendo sua “virada” no Censo de 1980, quando a população urbana (59,15%) ultrapassou a população rural (40,85 %). Até então, a população rural de Belém era superior à urbana.

Outro dado interessante sobre o processo de êxodo rural que ocorreu em Belém, e no país como um todo, pode ser conferido através da comparação com o resultado do Recenseamento Geral do Brasil, de 1940. Nesse ano, a população rural de Belém era de 84%, enquanto a população urbana chegava a 16%. Após 80 anos, os índices se inverteram completamente na mesma proporção. Belém, nos dias atuais, tem praticamente 84% de sua população vivendo na zona urbana.

Fonte com atualizações: MIRANDA JÚNIOR, José. O envelhecimento populacional e sua influência socioeconômica e cultural no município de Belém, estado da Paraíba. Guarabira: UEPB, 2008.

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