Cantor Carlos Alexandre. Foto: divulgação.
Natural do município de Várzea (no distrito de Santa Fé, segundo biografia publicada), no Rio Grande do Norte, o
cantor e compositor Pedro Soares Bezerra, o “Carlos Alexandre”, famoso cantor romântico do estilo brega, teve sua carreira musical interrompida precocemente aos 31 anos de
idade por um grave acidente automobilístico.
Era uma segunda-feira, dia 30 de
janeiro de 1989, quando o veículo Opala Comodoro, conduzido pelo próprio
cantor, capotou na estrada que liga os municípios potiguares de São José de
Campestre e Tangará. Além de Carlos Alexandre, morreram no acidente o guitarrista
Sérgio Roberto, o baterista Adalberto e o cunhado Alcides. Apenas o
contrabaixista João Maria sobreviveu, como então noticiou o jornal Diário de Natal.
De acordo com a biografia
intitulada “O Homem da Feiticeira – A história de Carlos Alexandre”, escrita
pelo jornalista Rafael Duarte, o velocímetro da Opala Comodoro cravou nos 190 km
por hora, velocidade no momento do acidente que vitimou os artistas.
Capa do livro sobre a biografia de Carlos Alexandre. Foto: divulgação.
O jornal Diário de Natal, na capa
da edição do dia 31 de janeiro de 1989, estampou a seguinte manchete: “Música
brega perde Carlos Alexandre”. E prosseguiu: “com doze discos gravados, o autor
de ‘Feitiçeira’ – que lhe rendeu dois discos de ouro – saiu de Natal na última
quinta-feira. Fez shows em São José de Mipibu, Recife, Caruaru e no domingo, em
Guarabira.”
Recorte do jornal Diário de Natal, datado de 31 de janeiro de 1989. Fonte: Hemeroteca Digital.
Após o show em Guarabira (PB), Carlos
Alexandre fez sua última parada, antes de cruzar a divisa da Paraíba com o Rio
Grande do Norte, na barraquinha de Maria Soares (Lia), onde vendia cigarros e chocolates, que ficava ao lado do Posto Texaco São Jorge, de Seu João do Posto, em dia de feira livre na cidade de Belém
(PB).
A partir daquele momento, segundo o autor da biografia citada, Carlos
Alexandre assumiu a direção do seu Opala Comodoro de quatro portas, cor vinho, placa OU-1987, de Recife-PE, um dos carros mais
cobiçados da época, até sofrer o acidente fatal.
Opala de Carlos Alexandre caído em uma ribanceira na estrada entre São José de Campestre e Tangará. Foto: Blog Cláudio Lima News com jornal Tribuna do Norte.
“Antes de assumir a direção do
carro, na parada para o lanche em Belém, [na] Paraíba, [Carlos Alexandre] só
resmungou um incômodo mal-estar depois de entornar uma garrafa de água tônica e
entregar uma nota de 50 cruzeiros na mão de um mendigo que lhe desejou boa
sorte”, aponta a descrição do vídeo ‘Carlos Alexandre - O que aconteceu com o
Opala Comodoro carro do cantor’, disponível no Youtube.
Recorte do jornal Diário de Natal, datado de 1º de fevereiro de 1989. Fonte: Hemeroteca Digital.
O funeral de Carlos Alexandre ocorreu
em Natal (RN), onde foi sepultado no cemitério Bom Pastor, reunindo milhares de
pessoas que cantavam a música “Feiticeira” durante o sepultamento, atendendo a
um pedido do cantor em vida.
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