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As quatro primeiras ruas de Belém (PB) nos registros oficiais de nascimentos da década de 1920

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Há quase 100 anos era aberto o primeiro livro de registro de nascimentos da então Povoação de Belém, pertencente ao território do município de Caiçara, no Estado da Paraíba. O Termo de Abertura ocorreu no dia 22 de setembro de 1925, na cidade de Guarabira, sede da Comarca, pelo Juiz Lauro Coelho d’Alverga, delegando a Afonso Astrogildo de Paula o cargo de Oficial do Registro Civil, como consta no referido documento (transcrito mantendo a grafia da época): Termo de abertura Servirá este livro typographicamente numerado e por mim aberto, rubricado e encerrado, para o “Registro de Nascimentos” occorridos na povoação de “Belém” do Termo de Caiçara, desta comarca, a cargo do respectivo official cidadão Affonso Astrogildo de Paula, no que para constar lavrei este termo que dato e assigno. Guarabira 22 de setembro de 1925. Lauro Coelho d’Alverga Juiz de Direito Interino Termo de Abertura do Livro de Registro de Nascimentos da Povoação de Belém (1925-1933). Fonte: Family Search. ...

O projeto da primeira ferrovia ligando a capital da Paraíba, Mamanguape e Belém (Gengibre) em 1873

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Vista aérea da cidade de Belém (Paraíba), com o distrito de Rua Nova ao fundo (2017). “PARAHYBA [...] – Fôra reprovado pela assembléia o contracto feito pelo anterior presidente com o Sr. José Alves Barbosa Junior, para a construcção de uma estrada de ferro de Mamanguape á Gengibre” (grafia da época). Com essa nota, o jornal pernambucano “A Província”, datado de 28 de outubro de 1873, noticiou a rejeição, pelos deputados provinciais da Paraíba, da 19ª legislatura, do primeiro projeto para a construção de uma ferrovia entre a cidade da Parahyba (atual João Pessoa) à Povoação de Gengibre (atual Belém), passando pela cidade de Mamanguape (Sobre o primeiro projeto, confira aqui ). Recorte do jornal pernambucano A Província, 1873. Embora o projeto tenha sido rejeitado, o grupo empresarial pernambucano, liderado por José Alves Barbosa Júnior, persistiu na empreitada pela busca de uma nova autorização para a construção da ferrovia, sendo concedida em 1881, oito anos depois do projeto origi...

Breve histórico sobre a Praça 6 de Setembro de Belém/PB

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Praça 6 de Setembro, em Belém, no ano de 1968. Foto: Autor não identificado. A Praça 6 de Setembro é um dos principais símbolos urbanos da cidade de Belém, no Agreste/Brejo paraibano. Construída no ano de 1968, pela gestão do ex-prefeito Rodolfo Gomes Pedrosa, o qual governou o município entre os anos de 1964 a 1969, a praça recebeu essa nomenclatura em referência à data de emancipação político-administrativa de Belém, ocorrida em 6 de Setembro de 1957. Inicialmente denominada de Praça da Independência, também em alusão à emancipação de Belém, que já pertenceu ao município de Caiçara, este local de encontro da comunidade belenense tornou-se um dos marcos da expansão urbana da cidade, evidenciada a partir da década de 1960 com a abertura de novas ruas e a construção de galerias pluviais. Vista parcial da cidade de Belém, em 1968.  Na imagem, ao centro, é possível visualizar a Praça 6 de Setembro já construída. A Igreja Sagrada Família ainda não existia. Foto: Arquivo da Câmara...

De engenhos de cachaça a moinho de arroz: as atividades econômicas do município de Belém (PB) no Cadastro Industrial de 1965

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Resquícios (armazém e chaminé) do Engenho Jenipapo, fundado no ano de 1882. Foto: Instagram Destino Belém (@destinobelempb). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou, em 1965, o Cadastro Industrial dos estabelecimentos da indústria de transformação nos municípios brasileiros, com informações detalhadas, como endereço, nome do proprietário, características da produção, quantidade de trabalhadores etc. O município de Belém, inserido na então chamada microrregião do Piemonte da Borborema, atual Região Geográfica Imediata de Guarabira, possuía 26 estabelecimentos da indústria de transformação, ou seja, que transforma matéria-prima em produtos diversos. Dentre os estabelecimentos da indústria de transformação figuravam o gênero têxtil, com a fabricação da fibra do agave e outras; o gênero de produtos alimentares, com o beneficiamento de arroz, farinha de mandioca, farinha de milho e fabricação de pães; o gênero de bebidas, com a produção de cachaça; e o vestuári...

O crescimento populacional de Belém (PB) entre os anos de 1940 a 2022

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Vista aérea parcial da cidade de Belém, em 1968, sem a igreja Sagrada Família e com apenas o primeiro galpão do Mercado Público.  Foto: Arquivo da Câmara Municipal de Belém. O crescimento populacional do município de Belém, no estado da Paraíba, pode ser observado, oficialmente, desde a década de 1940, período em que ainda figurava como distrito de Caiçara. Foi nessa época, exatamente no ano de 1940, que o distrito de Belém passou por uma contagem populacional, por meio do Recenseamento Geral do Brasil, quase duas décadas antes de sua emancipação político-administrativa, em 1957. De acordo com o gráfico abaixo, a população de Belém mais do que duplicou no período analisado, passando de 7.107 habitantes, em 1940, para 16.401 habitantes, em 2022. Observa-se, em especial, que o aumento mais acentuado ocorreu entre 1950 e 1960, período da emancipação do distrito.  Apesar do crescimento da população em números absolutos nas décadas seguintes, ocorreu uma gradativa diminuição em...

Belém, terra dos Potiguaras e passagem dos Tapuias

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Dança dos Tarairiu (Tapuias), por Albert Eckout (século XVII). No final do século XVI (16), o território que abrange na atualidade o município de Belém, no Agreste/Brejo paraibano, constituiu-se em palco de intensos conflitos entre os Potiguaras - nativos da região - e os colonizadores portugueses, os quais receberam o apoio da nação indígena Tabajara, liderada pelo cacique Piragibe e fixada nos arredores do então povoado de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), durante as investidas contra os rivais Potiguaras na chamada Serra da Copaoba [área que hoje compreende os municípios de Belém, Serra da Raiz, Caiçara, Duas Estradas e Pirpirituba]. O historiador paraibano Horácio de Almeida, em sua obra História da Paraíba (1997), confirma a Serra da Copaoba como sendo a “principal cidadela” dos Potiguaras no princípio da colonização da Paraíba, no final do século XVI: Os potiguaras, conquanto bem mais numerosos, não eram os mais antigos. Deviam ter chegado ao território da Paraíb...

Recenseamento de 1872 e a escravidão na Serra da Copaoba (Belém, Caiçara e Serra da Raiz)

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Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles. Partida para colheita de café /  Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, c. 1885.   Em 1872, durante o reinado de Dom Pedro II, foi realizado o primeiro recenseamento da população no território brasileiro, incluindo a população escravizada. Um marco para os estudos demográficos no país que, poucos anos depois, aboliria a escravidão, oficialmente, através da chamada Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888. É preciso destacar, entretanto, que a abolição da escravidão no Brasil aconteceu por diversos fatores, como o crescente movimento abolicionista e a pressão da Inglaterra, a qual tinha o objetivo de aumentar o lucro na comercialização do açúcar produzido em suas colônias que não mais utilizavam do trabalho escravo, enquanto o açúcar produzido no Brasil era mais barato devido à utilização da mão de obra escrava. Outro fator, segundo o historiador Luiz Felipe de Alencastro, é que a elite b...