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Mostrando postagens de julho, 2024

De engenhos de cachaça a moinho de arroz: as atividades econômicas do município de Belém (PB) no Cadastro Industrial de 1965

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Resquícios (armazém e chaminé) do Engenho Jenipapo, fundado no ano de 1882. Foto: Instagram Destino Belém (@destinobelempb). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou, em 1965, o Cadastro Industrial dos estabelecimentos da indústria de transformação nos municípios brasileiros, com informações detalhadas, como endereço, nome do proprietário, características da produção, quantidade de trabalhadores etc. O município de Belém, inserido na então chamada microrregião do Piemonte da Borborema, atual Região Geográfica Imediata de Guarabira, possuía 26 estabelecimentos da indústria de transformação, ou seja, que transforma matéria-prima em produtos diversos. Dentre os estabelecimentos da indústria de transformação figuravam o gênero têxtil, com a fabricação da fibra do agave e outras; o gênero de produtos alimentares, com o beneficiamento de arroz, farinha de mandioca, farinha de milho e fabricação de pães; o gênero de bebidas, com a produção de cachaça; e o vestuári...

O crescimento populacional de Belém (PB) entre os anos de 1940 a 2022

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Vista aérea parcial da cidade de Belém, em 1968, sem a igreja Sagrada Família e com apenas o primeiro galpão do Mercado Público.  Foto: Arquivo da Câmara Municipal de Belém. O crescimento populacional do município de Belém, no estado da Paraíba, pode ser observado, oficialmente, desde a década de 1940, período em que ainda figurava como distrito de Caiçara. Foi nessa época, exatamente no ano de 1940, que o distrito de Belém passou por uma contagem populacional, por meio do Recenseamento Geral do Brasil, quase duas décadas antes de sua emancipação político-administrativa, em 1957. De acordo com o gráfico abaixo, a população de Belém mais do que duplicou no período analisado, passando de 7.107 habitantes, em 1940, para 16.401 habitantes, em 2022. Observa-se, em especial, que o aumento mais acentuado ocorreu entre 1950 e 1960, período da emancipação do distrito.  Apesar do crescimento da população em números absolutos nas décadas seguintes, ocorreu uma gradativa diminuição em...

Belém, terra dos Potiguaras e passagem dos Tapuias

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Dança dos Tarairiu (Tapuias), por Albert Eckout (século XVII). No final do século XVI (16), o território que abrange na atualidade o município de Belém, no Agreste/Brejo paraibano, constituiu-se em palco de intensos conflitos entre os Potiguaras - nativos da região - e os colonizadores portugueses, os quais receberam o apoio da nação indígena Tabajara, liderada pelo cacique Piragibe e fixada nos arredores do então povoado de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), durante as investidas contra os rivais Potiguaras na chamada Serra da Copaoba [área que hoje compreende os municípios de Belém, Serra da Raiz, Caiçara, Duas Estradas e Pirpirituba]. O historiador paraibano Horácio de Almeida, em sua obra História da Paraíba (1997), confirma a Serra da Copaoba como sendo a “principal cidadela” dos Potiguaras no princípio da colonização da Paraíba, no final do século XVI: Os potiguaras, conquanto bem mais numerosos, não eram os mais antigos. Deviam ter chegado ao território da Paraíb...

Recenseamento de 1872 e a escravidão na Serra da Copaoba (Belém, Caiçara e Serra da Raiz)

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Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles. Partida para colheita de café /  Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, c. 1885.   Em 1872, durante o reinado de Dom Pedro II, foi realizado o primeiro recenseamento da população no território brasileiro, incluindo a população escravizada. Um marco para os estudos demográficos no país que, poucos anos depois, aboliria a escravidão, oficialmente, através da chamada Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888. É preciso destacar, entretanto, que a abolição da escravidão no Brasil aconteceu por diversos fatores, como o crescente movimento abolicionista e a pressão da Inglaterra, a qual tinha o objetivo de aumentar o lucro na comercialização do açúcar produzido em suas colônias que não mais utilizavam do trabalho escravo, enquanto o açúcar produzido no Brasil era mais barato devido à utilização da mão de obra escrava. Outro fator, segundo o historiador Luiz Felipe de Alencastro, é que a elite b...

Eunício Precílio Cavalcante, o belenense Capitão da Marinha que enfrentou a ditadura militar

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Eunício Precílio Cavalcante. Eunício Precílio Cavalcante é um dos belenenses mais emblemáticos na defesa da democracia e das causas populares, porém desconhecido, até então, pelos próprios conterrâneos por ter partido ainda adolescente de sua terra natal em busca de melhoria de vida. Nascido em 15 de dezembro de 1932, no então distrito de Belém de Caiçara, Precílio Cavalcante, hoje com 92 anos de idade e residente na cidade do Rio de Janeiro, tem uma importante história de luta e resistência contra as arbitrariedades da ditadura militar, que vigorou no Brasil entre os anos de 1964 a 1985. “Sou paraibano, nordestino, portanto, tenho na curiosidade a minha principal característica. Nasci em Belém de Caiçara, um pequeno povoado do estado, hoje cidade. E por isso costumo dizer que fui uma criança pobrezinha que nasceu em Belém” , escreveu Precílio no perfil de seu blog. Prosseguindo na descrição de sua biografia, E.P. Cavalcante, hoje oficial reformado da Marinha, destaca sua trajetó...

A prestigiada inauguração do Armazém do comerciante belenense Eustáquio Pedrosa na década de 1950

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Recorte do jornal O Norte, 22 de julho de 1953. Fonte: Hemeroteca Digital. Arrojada iniciativa, marcante acontecimento, empreendimento de grande alcance, iniciativa audaciosa... Com esses adjetivos, o jornal paraibano “O Norte” noticiou, na edição de 22 de julho de 1953, a inauguração do Armazém do comerciante belenense Eustáquio Gomes de Pedrosa, distribuidor do famoso querosene “Jacaré” e da gasolina “Esso”. Instalado à Praça Álvaro Machado, n. 63, um dos endereços mais famosos e caros da Capital João Pessoa, o Armazém de “estivas em grosso”, do comerciante Eustáquio Pedrosa, foi inaugurado ao sabor de taças de champanhe e com a presença de autoridades políticas, religiosas e financeiras do Estado da Paraíba. Recorte do jornal O Norte, 22 de julho de 1953. Fonte: Hemeroteca Digital. “Constituiu marcante acontecimento em nossos círculos comerciais a instalação, ontem, de mais um armazém de estivas em grosso, de propriedade do sr. Eustáquio Gomes Pedrosa, conhecido comerciante esta...

Hino da Padroeira de Belém (PB): uma história de fé, devoção e justiça social

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Chegada da imagem da Padroeira de Belém em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro de 2020. Foto: Pascom da Paróquia Sagrada Família. Cantada há mais de meio século pelos católicos de Belém, no Agreste/Brejo paraibano, o hino à Padroeira Nossa Senhora da Conceição foi composto pelo monge João Batista e duas freiras, irmã Socorro e irmã Zarita, quando o município de Belém ainda estava sob a jurisdição eclesiástica da Arquidiocese da Paraíba, dirigida pelo saudoso bispo Dom José Maria Pires, o Dom Zumbi. O Arcebispo da Paraíba, Dom José Maria Pires (em pé, segurando o báculo de madeira), presidindo a celebração de posse canônica de Dom Marcelo Pinto Carvalheira (sentado, à esquerda) como primeiro bispo da recém instalada Diocese de Guarabira, em 27 de dezembro de 1980, em frente à Catedral Nossa Senhora da Luz. Sentado à direita de Dom José, o Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara. Foto: Diocese de Guarabira. Apesar da devoção à Nossa Senhora da Conce...