Os dramáticos telegramas, as frentes de trabalho e a construção do açude Tribofe na década de 1950, em Belém/PB
Publico importante registro histórico sobre a construção do Açude Tribofe na década de 1950, em Belém, estampado no jornal O Norte. Uma verdadeira hecatombe social, exposta nos telegramas enviados ao governador da época, José Américo de Almeida, que atingiu Belém e região devido a seca prolongada no início daquela década. Sobre o nome do açude, Tribofe significa trapaça.
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"O governador José Américo recebeu, de vários pontos do Estado, os telegramas seguintes:
BELÉM, 11 - Chegamos em Belém ás 14 horas, encontrando uma aglomeração de 800 homens em situação pavorosa. Pela Comissão de Bandeirantes e Universitários. - Veloso Freire.
CAIÇARA, 11 - A situação da vila de Belém é muito grave. Mil homens famintos aguardam ferramentas e verbas para o início do açude tribofe e os reparos da estrada Central. Espero providência do vosso honrado Govêrno no sentido de sanar esta grave emergência para a tranquilidade da população. Atenciosas saudações. - Joel Macedo, Secretário da Prefeitura.
BELÉM, 12 - Cumprindo as recomendações de vossencia, mandei iniciar imediatamente os serviços do açude Tribofe que se acham retardados devido o DNOCS não ter providenciado as ferramentas. Dr Rosendo autorizou-me mandar incernir mais 250 homens. A situação é calma, não havendo hoje pela manhã flagelados na rua. Saudações. - Amauri Falcone.
[...] PROVIDÊNCIA: - Foi iniciado o açude Tribofe, sendo admitidos 300 homens. O DNER fez mais a admissão de 250 homens no trecho Belém-Caicára. A Campanha da L.B.A., dos Universitários e Bandeirantes, distribuiu um caminhão fornecido pelo Governador José Américo, gêneros e roupas a 1.816 flagelados."
Açude Tribofe transbordando no ano de 2007. Foto: Júnior Miranda.
Açude Tribofe com baixo nível de água, em 2003. Foto: Júnior Miranda.
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