Toponímia: Belém/PB e os seis nomes recebidos até a emancipação em 1957
Foto aérea com vista parcial da cidade de Belém no ano de
1968 (Arquivo da Câmara Municipal).
Desde a sua origem, como povoado de Gengibre, Belém já mudou de nome cinco vezes. Isso mesmo. Cinco vezes! Uma das mudanças ocorreu em 1939, quando o distrito passou a se chamar de "Bom Jesus".
A mudança foi destaque no jornal O Observador Econômico e
Financeiro, do Rio de Janeiro, daquele ano (texto abaixo com a grafia da
época), que reclamou das constantes mudanças dos nomes dos lugares, as quais
dificultavam o envio das correspondências.
Além de Gengibre (até 1870) e Bom Jesus (1939), o então distrito já recebeu o nome de Belém de Guarabira (1937), Curimataú (1943) e Belém de Caiçara (1949-1956), até sua emancipação em 6 de setembro de 1957, quando passou a se chamar apenas de Belém.
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"LOGARES QUE SE MUDAM
Ás difficuldades technicas e financeiras, á ausencia de capacitação organizada, reúnem-se outras difficuldades de ordem externa, que, bem examinadas, verifica-se serem verdadeiras causas originaes da propalada deficiencia do serviço postal. Uma destas, de sabor quasi anecdotico, é a extrema mutabilidade da toponymia no Brasil. As cidades mudam de nome com extrema e significativa versatilidade. [...]
Calcula-se a balburdia que essas mudanças, em quase 1.500 municipios, podem causar a varios serviços, especialmente aos Correios.
No dia 18 do mez passado, por exemplo, o director technico dos Correios, sr. Carlos Taveira, baixou portaria mudando as denominações das agencias seguintes, só no Estado da Parahyba: [...] Belém de Guarabira, para Bom Jesus. (Existem numerosos Bom-Jesus no Brasil).
[...] Que podem fazer os Correios? Uniformizar a toponymia, quando toda gente intervem e altera nomes de cidade?
[...] Será, então, milagroso, o trabalho dos Correios?"
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