O trem que não chegou a Gengibre (Belém/PB)
Trem a vapor na plataforma de João Pessoa, anos 1950. Foto:
IBGE.
Era o ano de 1873, ainda sob o reinado de Dom Pedro II. Exatamente no dia 6 de setembro (84 anos depois, nessa mesma data, Belém seria emancipada), o então presidente da Província da Parahyba do Norte, Francisco Teixeira de Sá, enviou um relatório à Assembleia Legislativa Provincial solicitando a aprovação de um contrato, com o comerciante pernambucano José Alves Barbosa Júnior, para a construção de uma estrada de ferro entre a povoação de Gengibre (Belém) e a capital da província (atual João Pessoa), passando pela cidade de Mamanguape.
O jornal A Nação, editado no Rio de Janeiro, em 1873, chegou
a noticiar a construção da ferrovia entre Gengibre e a capital paraibana:
“[...] Contrato celebrado com o comerciante José Alves Barbosa Júnior e outros
para a construção de uma estrada de ferro econômica que deve ligar a capital à
povoação de Gengibre, passando pela cidade de Mamanguape (A NAÇÃO, Ano II, nº 260,
9 de dezembro de 1873, p. 3).
Por questões políticas, o contrato para a construção da
ferrovia, com o trajeto Capital-Mamanguape-Gengibre, com previsão para chegar à
Vila de Acari, no Rio Grande do Norte, foi rejeitado pelos deputados
provinciais da 19ª legislatura, prejudicando, principalmente, a cidade de
Mamanguape, a segunda mais importante da Paraíba à época, como também o
crescente povoado de Gengibre.
Fonte: MIRANDA JÚNIOR, José. Da colonização portuguesa à
Gengibre: construção histórica do município de Belém. Guarabira: UEPB, 2016.
Comentários
Feim 08 abril, 2022 17:51
Impressionante este fato histórico... Mas uma verdadeira lástima, esse projeto não ter sido executado.
Imagem só o quão teria sido importante para o crescimento econômico na época, e que poderia repercutir até hoje os bons frutos.
Anônimo 17 maio, 2022 18:13
Faz tempo que Belém só se lasca